Caros Colegas,

Incumbiu-me o Dr. Rui Manaças, Presidente da SPNR, do doloroso dever de participar o falecimento do nosso muito estimado colega, o Dr. Francisco Manuel Santos Faria Pais, após doença prolongada.

Neurorradiologista de reconhecido mérito, relembro para os colegas mais novos que porventura não tenham tido oportunidade de o conhecer, que foi responsável pela instalação do Serviço de Neurorradiologia no Centro Hospitalar de Coimbra (H. Covões), o qual primorosamente dirigiu durante cerca de duas décadas.

A nível societário médico, integrou, em 1980, o restrito grupo de fundadores do Núcleo Português de Neurorradiologia (NPNR), precursor mais tarde da nossa SPNR (1990), tendo integrado igualmente a comissão que na década de 80, após assertivo e esforçado percurso burocrático, elaborou o 1º Currículo de Formação Específica em Neurorradiologia da Ordem dos Médicos, documento essencial à constituição da nossa Especialidade de Neurorradiologia (1989).

Contribuiu também para a organização de diversos cursos e reuniões científicas societárias de âmbito regional, nacional e com presenças internacionais, sobretudo durante a década de 90, tendo tido eu, à semelhança de muitos outros colegas mais novos, o privilégio de ter privado e fruído por inúmeras vezes da sua sapiência e objectividade científicas.

Tais factos, aliados aos momentos históricos da nossa especialidade previamente elencados, justificaram sobremaneira e merecidamente a atribuição que lhe coube do Prémio Egas Moniz em Neurorradiologia, por ocasião do Congresso do 25º Aniversário da SPNR (Aveiro, 2015), evento esse que tive a honra de presidir e que atribuiu de modo inaugural o referido galardão a diversas individualidades da Neurorradiologia Portuguesa na presença dos representantes das mais relevantes instituições da Neurorradiologia internacional.

O nosso Muito Obrigado Dr. Francisco Faria Pais, em nome da Neurorradiologia Portuguesa mas sobretudo de todos os que sempre o estimaram e consigo muito aprenderam, cabendo às gerações mais novas porventura a difícil mas muito necessária missão de transmitir o seu legado de integridade pessoal e científica.

 

Até sempre!

Pedro de Melo Freitas